sábado, 27 de novembro de 2010

Educação: responsabilidade do estado, direito e dever de todos


Antes do pleito eleitoral de 2010, pesquisas realizadas apontaram três preocupações da população para o próximo governo: saúde, segurança e educação; nessa ordem. Hospitais públicos com demanda acima de sua capacidade, e o crescimento da marginalidade juvenil são questões diariamente debatidas. Entretanto não se percebe que esses fatores estão diretamente ligados à educação.
Nas últimas décadas, essa área vem sofrendo com medidas paliativas e de ilusório aprimoramento. Muito se falou em evasão escolar, e atitudes foram tomadas para diminuí-la. Hoje, os alunos de escolas públicas têm sua progressão de série facilitada e incentivada, para que não desistam de estudar. Resultado: elevado índice de estudantes que concluem o ensino fundamental sem compreender o que lêem, com dificuldade de efetuar cálculos simples e de reconhecer os estados do próprio país em um mapa. Chega então o momento de buscar o ingresso na universidade.
Críticos condenam os vestibulares tradicionais por exigirem muito de seus candidatos, e defendem que alunos provenientes de escolas públicas não conseguem transpor essa barreira rumo ao ensino superior. No entanto, se ambos fazem parte da educação pública, porque o currículo do ensino médio não condiz com o cobrado no concurso vestibular?
É primoroso que entidades conceituadas como a USP e a UFRGS – entre outras – exijam de seus futuros acadêmicos conhecimentos mínimos em todas as áreas do conhecimento científico. Caso contrário, como elas transformarão em engenheiro alguém que não consegue efetuar operações trigonométricas? Como tornarão juiz, aquele que mal conhece a história nacional?
Salários ruins, infra-estrutura precária, falta de segurança, são problemas que corroem as escolas brasileiras. Faltam investimentos e mudanças na base educacional; e a própria população contribui para isso. Vai aos jornais reclamar da carência de leitos no SUS, mas não protestam contra a falta de professores para ensinar seus filhos, e ignoram o fato de que cerca de 60% das enfermidades poderiam ser evitadas por ações profiláticas. Revoltam-se com a violência que lhes bate a porta, mas para um jovem tornou-se mais rentável e proveitoso sucumbir ao crime, a tornar-se professor.
O futuro da nação está sendo menosprezado, pois são os jovens que erguerão o Brasil de amanhã. Não obstante, devem ser respeitados e incentivados a conhecer o que querem construir e mudar na sociedade da qual fazem parte. Mas isso, só uma educação de qualidade poderá proporcionar a eles.

Carla Teixeira

sábado, 20 de novembro de 2010

Aloha

Legião Urbana - Composição: Renato Russo

Será que ninguém vê
O caos em que vivemos?
Os jovens são tão jovens
E fica tudo por isso mesmo.


A juventude é rica, a juventude é pobre
A juventude sofre e ninguém parece perceber


"Eu tenho um coração,
Eu tenho ideais,
Eu gosto de cinema,
E de coisas naturais,
E penso sempre em sexo, oh yeah!"
 

Todo adulto tem inveja, todo adulto tem inveja,
Todo adulto tem inveja dos mais jovens...
 

A juventude está sozinha
Não há ninguém para ajudar
A explicar por que é que o mundo
É este desastre que aí está
 

"Eu não sei, eu não sei"

Dizem que eu não sei nada
Dizem que eu não tenho opinião
Me compram, me vendem, me estragam
E é tudo mentira, me deixam na mão
Não me deixam fazer nada
E a culpa é sempre minha, oh yeah!


E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar
 

O que eu tenho de melhor: minha esperança

Que se faça o sacrifício
Que cresçam logo as crianças.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lula, não adianta mais tentar, O novo ENEM tem que acabar! - Por ANEL

ANEL vai pra MTV hoje denunciar esse projeto e questionar a UNE

No último final de semana, os 3,5 milhões de jovens que fizeram as provas do ENEM foram surpreendidos por mais uma crise: os gabaritos errados em 2 mil provas. A Justiça Federal suspendeu o ENEM alegando que ele prejudicou alguns estudantes, devido aos erros dos gabaritos. O MEC está recorrendo a essa decisão, para não aprofundar a desmoralização que sofre com esse projeto desde o ano passado, com o roubo da prova. Agora os 3,5 milhões de estudantes que fizeram a prova não sabem o que será de seu futuro.
Desde a criação desse projeto, a ANEL vem questionando sua existência, pois esse projeto aprofunda as desigualdades existentes no vestibular tradicional, afinal se antes essas desigualdades já eram estabelecidas entre aqueles que podem pagar um cursinho e aqueles que não podem, agora a desigualdade se estende para as diferenças regionais.
No final de 2009, os 4 milhões de inscritos foram surpreendidos pelo roubo da prova, revelando, assim, além de um projeto excludente, muita incompetência para sua aplicação. Esta incompetência se manifestou também com a divulgação de dados dos estudantes que estavam inscritos para a prova de 2009.
No período de matrícula dos estudantes aprovados em 2009 nas Universidades Federais, mais uma vez ficou revelado como o novo ENEM não serve para a democratização do acesso. A aposta feita na mobilidade estudantil, que em tese permitiria aos estudantes mais alternativas de desfrutar os cursos oferecidos pelo conjunto das universidades Brasil afora se mostrou uma farsa. No próprio documento do governo de apresentação do projeto do novo ENEM, reconhece-se que apenas 0,4% dos calouros das universidades não pertenciam ao seu estado de origem. O projeto do novo ENEM atribuiu isso à forma descentralizada de seleção. O movimento estudantil atribuiu isso historicamente à não garantia de acesso e permanência no conjunto das universidades brasileiras, falta de acesso à moradia, bolsas, alimentação, etc. A comprovação de que essa prova unificada não reverteria o problema foi na quantidade de vagas ociosas no início do ano, com cursos, como o Direito da Universidade Federal dos Pampas, com até 82% de ociosidade, isso em um país em que apenas 4% dos jovens estudam nas universidades públicas.
Essa combinação de problemas foi coroada pela divulgação das notas do ENEM que demonstrou que esse projeto facilitou a vida apenas para quem pode pagar para estudar, afinal dentre os 10% dos colégios mais bem colocados (1.793), apenas 8% são públicos. O primeiro colégio público sem seleção no país aparece na 729ª posição geral.
Entre a prova de 2009 e a prova de 2010, havia um grande questionamento e desmoralização sobre esse projeto. A prova de 2010 seria a segunda chance do governo. Mas, mais uma vez prevaleceu a incompetência e quem está pagando são os 3,5 milhões de estudantes que sofrem a angústia sobre o seu futuro.
A juventude brasileira não merece isso. O Brasil é um país muito rico, cheio de recursos que permitem que toda a juventude possa ter acesso ao ensino superior, não fosse a distribuição desigual desses recursos. Hoje, apenas 4% do PIB do país é investido em Educação. Em contrapartida, 36% do orçamento da União executado em 2009 foi destinado para pagar os juros e amortizações da dívida pública. Os projetos de expansão das universidades propostos pelo governo permitem um ritmo de expansão que colocaria 30% dos jovens no ensino superior só em 2069, ou seja, daqui a 59 anos, uma meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação (2001) para 2010.
A Constituição de 1988 prevê em seu artigo 205 que a Educação é um direito de todos e um dever do Estado, assim os recursos do país deveriam estar voltados para garantia do acesso e permanência ao ensino superior a todos os jovens.
A luta pelo fim do vestibular está relacionada com a garantia desse princípio constitucional que nunca foi respeitado em nosso país. As poucas vagas oferecidas nas Universidades públicas só estão disponíveis para aqueles que podem pagar escolas e cursinhos caros e as vagas das universidades privadas são acessíveis para quem pode pagar mensalidade.
Com o dinheiro que o governo deixou de receber com a isenção de impostos do PROUNI investido nas universidades públicas, seria possível triplicar o número de vagas nessas universidades e assim, a satisfação desses jovens seria muito maior, pois teriam acesso a um ensino, pesquisa e extensão de muito mais qualidade e públicos. Também não concordamos com a expansão através do REUNI, pois esta expansão coloca em contradição expansão e qualidade, algo que não deveria existir em um país repleto de recursos como o nosso.
Acreditamos que o livre acesso ao ensino superior é o que acaba com esse filtro social que se configurou o vestibular, que coloca as universidades públicas em um horizonte muito distante aos jovens que não tem condições de pagar para estudar. Aos jovens que entram nessa disputa, o vestibular impõe uma relação completamente equivocada com o conhecimento.
Qualquer que seja a saída adotada pelo MEC diante dos erros na aplicação da prova é incapaz de salvar a credibilidade do ENEM. Com esses erros, nem a perversa lógica meritocrática defendida pelo projeto foi atendida. Assim, perante essa situação, a saída menos prejudicial aos estudantes é a realização de uma nova prova, disponível a todos os estudantes que se sentiram prejudicados pelos erros e garantindo que a maior nota é a que valha para o estudante que fizer duas provas.
Esta alternativa de resolução não pode perder de vista a origem do problema que é a existência de um filtro social para entrada nas universidades brasileiras, que colocam para apenas 4% dos jovens o direito de usufruir do ensino superior público brasileiro.
Infelizmente, a UNE e a UBES estão, mais uma vez, se comportando como um órgão governamental, como uma ouvidoria do Ministério da Educação para defender esse projeto que vai contra os interesses estudantis. É lamentável que uma entidade estudantil construída no seio de tantas lutas tenha hoje se tornado um departamento do MEC e que nos momentos críticos como esse que passam 3,5 milhões de jovens, esteja se articulando para defender o indefensável, o projeto falido do governo.
Também é lamentável ver a postura do MEC em tentar perseguir e reprimir os estudantes que estão articulando a organização dos atos do dia. A UNE diz questionar esse “clima de perseguição”, mas o que o MEC fez é muito pior, em lugar de utilizar seu twitter para orientar os estudantes, utilizou para reprimir e ameaçar, tratando os estudantes que foram prejudicados com o erro da prova como os culpados, dizendo que eles “dançaram”. Um tremendo absurdo sobre o qual temos que expressar nossa indignação.
Hoje, a ANEL estará no Debate MTV discutindo a seguinte questão: o ENEM tem que acabar? Estaremos lá denunciando o caráter excludente desse projeto, apresentando a luta pelo fim do vestibular e denunciando a postura absurda da UNE e da UBES.

NÃO AO NOVO ENEM!
- REVOGAÇÃO IMEDIATA DO NOVO ENEM E DO SISU!
10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO!
POR UMA EXPANSÃO COM QUALIDADE!
LIVRE ACESSO A TODOS! PELO FIM DO VESTIBULAR!

domingo, 14 de novembro de 2010

Carta de Repúdio ao Enem - Por Chayene Amor Teixeira Bonori

Faço questão de deixar registrada a minha mais profunda revolta em relação ao Enem, à forma como o assunto está sendo visto e tratado pelos representantes do Inep e principalmente à forma como nós estudantes estamos sendo tratados neste cenário deplorável e peço encarecidamente que se façam públicas as minhas palavras.
Meu nome é Chayene Bonorino, tenho 25 anos, atualmente faço um curso pré-vestibular e outros cursos que me preparam para prestar vestibular para o curso de Administração na UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma instituição séria da qual terei orgulho de fazer parte.
Pela primeira vez que fiz a prova, há 8 anos atrás, a fiz com a intenção inicial de testar meus conhecimentos. Nos anos seguintes novamente fiz a prova, destas vezes com a intenção de pleitear bolsas pelo sistema PROUNI, que começava a deslanchar. Não tendo sucesso me lancei em uma universidade privada e com muito esforço consegui fazer alguns semestres até ter que parar de vez (por conta das despesas) e começar a me preparar para tentar entrar numa universidade federal. Depois de todos os esforços nunca pensei que teria que me sujeitar a uma situação tão descabida como os acontecimentos durante as provas do ENEM deste ano.
O que nós estudantes estamos passando em relação ao ENEM é simplesmente INACREDITAVEL!!! Primeiro tentaram nos fazer acreditar numa prova que nos parecia fraca em seus conteúdos, mas que poderia representar um passaporte a tão sonhada bolsa do PROUNI ou mesmo a própria vaga na universidade. Depois a prova veio crescendo ao longo dos anos e sendo cada vez melhor trabalhada, até que enfim ela DESMORONA DEFINITIVAMENTE no conceito até do mais positivo dos estudantes.
QUAL É O SIGNIFICADO DESDE PROCESSO DE INGRESSO AO ENSINO SUPERIOR? QUAL É A SUA INTENÇÃO? O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?
Como querem fazer de uma prova cheia de controvérsias, com casos de fraudes há dois anos, escândalos de provas vazadas, erros de impressão, falhas mais que grotescas no monitoramento dos participantes durante a prova, a forma de ingresso ao ensino superior de futuros médicos, advogados, professores?
Hoje nos cobram respostas de todos os lados, a sociedade nos cobra, nossas famílias nos cobram, nos pedem a todo momento que provemos o quanto somos suficientemente bons para ocuparmos as vagas das instituições de ensino públicas e privadas e isso tudo para quê? Para nos desgastarmos fazendo uma prova sem o mínimo de zelo pela decência? Sim, pela decência, pois o que presenciamos chega ao ponto da indecência. Ouvi relatos de que participantes haveriam tido 1 hora a mais para fazer a prova, provas com cabeçalhos trocados (na minha sala recebemos o aviso quase uma hora depois do início da prova, onde muitos já haviam feito marcações na grade de respostas), questões duplicadas em algumas provas, pessoas sem o mínimo preparo para a monitoria de uma prova que se propõe séria e respeitosa. O QUE É ISSO??? Na sala onde fiz a prova, após o toque do sinal para início da prova nós fomos orientados a não começar a prova até que após alguns minutos, por questionamento de alguns participantes que ali estavam, fomos autorizados a começá-la. Nem preciso dizer que não tive sequer 1 minuto a mais após o sinal de término, ou seja, perdi aí alguns sagrados minutos. No segundo dia, precisou vir uma pessoa da coordenação da prova para questionar as 3 fiscais que ali estavam, pois tinham participantes na sala com relógios digitais, bonés....como pode? NÓS NÃO PODÍAMOS UTILIZAR LÁPIS E BORRACHA PARA FAZER A PROVA, MAS TINHAM PARTICIPANTES USANDO RELÓGIOS ?? E se esse coordenador não passasse por ali e cobrasse das fiscais que elas de fato FISCALIZASSEM e pedissem que o candidato retirasse o relógio? E se fosse algum aparelho receptor de mensagens? Sim, são apenas “suposições” eu sei, mas chegamos à questão: até que ponto podemos confiar nessa prova? Não sei. Sinceramente não sei e é isso o que mais me incomoda. Como podem ter havido apenas cerca de 1% de provas com erro de impressão sendo todas provenientes da uma mesma matriz? Tinham mais “matrizes”? Tenho minhas dúvidas.
Quando retornei da prova e cheguei exausta em casa, meu sentimento era de decepção, pois achei que eu poderia ter me saído melhor na prova, mas para a minha surpresa, logo no dia seguinte veio a notícia do caso do mineiro e depois o do repórter do jornal pernambucano que entrou na sala de aula para fazer a prova portando um celular ligado no bolso e que informou de dentro das dependências da escola qual era o tema da redação, ou seja, neste caso a intenção era mesmo provar o quanto foram graves as falhas na aplicação da prova, mas e se não fosse? Ora, possivelmente este seria meu concorrente, estaria “prestando suas contas à sociedade”, talvez quase gabaritando a prova, talvez entre os 10 primeiros colocados – concorrendo, inclusive, a bolsas em universidades no exterior - ou ocupando a vaga de qualquer outro estudante em qualquer universidade que ele escolhesse no Brasil, esta vaga poderia ser de um estudante que estivesse se preparando o ano inteiro para esse processo, gastando com cursos preparatórios, “perdendo” horas e horas estudando, poderia ser de um estudante que estivesse ali apenas “matando” o tempo ou apenas para registrar para os pais que “fez a prova”. Poderia ser A MINHA VAGA. A vaga para a qual tenho a muito custo me preparado e que até agora não consegui conquistar.
EXIJO RESPOSTAS!!!! QUERO TODAS AS EXPLICAÇÕES QUE ATÉ AGORA NÃO ENCONTREI PARA O SIGNIFICADO DE ISONOMIA!!!
QUE NÃO ME VENHAM COM A INDECENTE PROPOSTA DE REAPLICAR A PROVA APENAS PARA OS “2.000 CANDIDATOS QUE FORAM PREJUDICADOS” PELOS ERROS DE IMPRESSÃO!!!! FOMOS TODOS PREJUDICADOS!! TIVEMOS TODOS NOSSAS EXPECTATIVAS FRUSTADAS E AINDA AGORA ME VÊM COM ESSA CONVERSA DE TRATAR OS CASOS ISOLADAMENTE??? ORA, FRANCAMENTE! TIVEMOS CASOS ISOLADOS EM TODO O BRASIL!!! E AINDA QUEREM NOS SUBMETER A UMA NOVA PROVA??? OU QUEREM DAR MAIS TEMPO PARA QUE OS “2.000 PREJUDICADOS” (COMO SE FOSSEM APENAS 2.000) SE PREPAREM PARA REFAZER A PROVA? NÃO! NÃO POSSO ACEITAR QUE TENHAM CONSIDERADO OU SEQUER COGITADO ESSA POSSIBILIDADE!
QUE NÃO SE FAÇAM DE SONSOS EM QUERER FAZER ACREDITAR QUE ESTE PROCESSO FOI “UM SUCESSO”, POIS TODOS SABEMOS QUE AS FALHAS SÃO GRAVES, MUITO MAIS GRAVES DO QUE OS ERROS DE IMPRESSÃO.
QUANTAS PESSOAS ESTARIAM ENCABEÇANDO O RANKING DO ENEM NO ANO QUE VEM FRAUDANDO A PROVA, COM CELULARES, RELÓGIOS, ENFIM, TIRANDO A MINHA CHANCE E A DE TANTOS OUTROS DE CURSAR O ENSINO SUPERIOR DEPOIS DE 1 ANO DE ESTUDOS OU MAIS E AINDA RINDO DA NOSSA CARA??????
QUE NÃO ME DIGAM QUE “FALHAS ACONTECEM”!!! ESSE TIPO DE FALHA NÃO PODE ACONTECER!!! CERTAMENTE OS FILHOS OU FAMILIARES DAS PESSOAS QUE DIZEM QUE “FALHAS ACONTECEM” NÃO SE SUJEITARIAM A ESTE TIPO DE “FALHAS”! AH! MAS É CLARO QUE DA MESMA FORMA ESSES FILHOS E FAMILIARES NÃO PRECISAM SE SUJEITAR A ISSO...DEVEM RECEBER BELAS MESADAS E TER FUTUROS PROMISSORES PELA FRENTE....DEIXEM ESSAS PREOCUPAÇÕES PARA GENTE COMO EU QUE QUASE MORRE ESTUDANDO E TRABALHANDO E FAZENDO TODO O POSSÍVEL E IMPOSSÍVEL PARA DEPOIS TER QUE ACEITAR QUE ESSAS “FALHAS” ACONTEÇAM...
ISSO NÃO SÃO FALHAS, SÃO OS MEUS DIREITOS COMO ESTUDANTE, COMO CIDADÃ, QUE ESTÃO SENDO SIMPLESMENTE IGNORADOS AO SE PERMITIR QUE OCORRAM ABSURDOS COMO ESTE NUMA PROVA QUE TÊM A PRETENSÃO DE REPRESENTAR O ENSINO BRASILEIRO.


QUERO RESPOSTAS.


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sábado, 13 de novembro de 2010

Enem - Inclusão pra quem?

Um dos principais motivos de se defender a continuidade do ENEM como concurso vestibular a nível nacional, é dizer que ele é uma política de inclusão. Mas os fatos mostram que isso é uma grande mentira. Exemplo disso, é que em 2010, cerca de 85% dos aprovados em MEDICINA na UFCSPA, são provenientes do estado de SÃO PAULO. Apenas três estudantes de uma turma de 80 alunos são gaúchos, todos da capital.

Mas por que isso? A USP, como vestibular mais concorrido, e de maior dificuldade no Brasil, tem como aprovados, os estudantes mais preparados, que estudaram por mais tempo, nos melhores colégios e cursinhos do estado. O nível elevado da educação paulista, reflete imediatamente no índice de aprovação de seus alunos, não só no RS, mas em vários outros estados.
Já ouvi argumentos absurdos sobre ser contra o Enem, um deles diz que são os professores de cursinhos pré-vestibulares e escolas particulares que não querem o ENEM. Outra mentira deslavada, para invalidar a revolta estudantil. Com o Enem existindo ou não, continuará existindo cursinhos, pois aqueles que têm a melhor educação tiram as melhores notas, e assim conseguem as vagas. Os cursinhos apenas mudarão o foco, que passará a ser a prova do Enem. Estudantes de escolas públicas, com o péssimo ensino ao qual estão expostos, jamais alcançarão as vagas nas universidades, seja pelo Enem, seja pelo vestibular convencional.
Tentar colocar semi-analfabetos nas universidades, não é a solução para a educação nacional. Com isso, só conseguirão diminuir o nível das universidades, e consequentemente dos futuros profissionais. Como alguém, que não consegue efetuar cálculos de trigonometria se tornará engenheiro? Como alguém que não sabe a diferença entre vírus e bactérias se tornará medico? E para que estes entrem nas universidades, o Enem também não serve, a não ser que a nota da prova seja inversamente proporcional ao nível de escolaridade e renda. Talvez, o único momento em que o ENEM serviu como política de inclusão foi quando sua nota era usada apenas para o prouni, quando apenas alunos de universidades públicas conseguiam as bolsas de estudos em entidades privadas, sendo vítimas também de fraudes, pois estudar em colégio público não necessariamente refere baixa renda, como verificado há três anos, quando o MEC recebeu denúncias de bolsistas do prouni chegando às universidades dirigindo carros importados.
Não adianta fazer "puxadinhos" na educação e tentar remendar um ensino ruim começando pelo ensino superior. O que o Brasil precisa, é de reformas educacionais de base, valorização dos professores e incentivo para que eles continuem se especializando e buscando crescer como educadores; melhorar a infra-estrutura das escolas; diminuir a evasão escolar e garantir que quando este aluno sair do ensino fundamental, ele terá total entendimentos dos textos que ler que saiba efetuar cálculos matemáticos de razoáveis dificuldades, e outras habilidades imprescindíveis para ingressar no ensino médio e futuramente nas universidades. Definitivamente, saber movimentos do vôlei, qualidades físicas de uma bailarina, e receita de feijão tropeiro, não tornará alguém um melhor profissional.

Conclusão: no ENEM, nada de inclusão!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A massa estudantil não ficou calada!!!

12 de novembro de 2010. Araújo Vianna - Porto Alegre. Por volta dás 13:00h eram menos de 200 estudantes mobilizados para o protesto organizado em menos de 5 dias. Em menos de uma hora, a polícia militar ja contabilizava cerca de 2,5 mil estudantes vestidos de preto e usando nariz de palhaço. Com a ajuda da Brigada e da EPTC, a passeata passou pelas ruas Osvaldo Aranha, Anita Garibaldi, Indepêndencia, Andradas, chegando à Esquina Democratica. Entoando frases de ordem como: "Estudante não é palhaço!" os estudantes protestavam contra a desorganização no ENEM, o desrespeito e o descaso com a educação nacional. 
Documentado e registrado pela imprensa, é mais um movimento estudantil somado a tantos outros espalhados pelos Brasil, causados pelos erros catastróficos do ENEM nos dias 6 e 7 de novembro.

Apesar de alguns partidários da teoria da conspiração, que acusam os estudantes de serem fantoches de cursinhos pré-vestibular, o movimento foi NOSSO! 

Nós, que estudamos dia e noite, que nos preparamos por uma ano ou mais, que enfrentamos uma prova com duração de 5h, e nem pudemos usar lápis e borracha para realizar cálculos e fazer o rascunho da redação. 

Acham que os estudantes brasileiros não podem ter organização e disciplina? Caso fosse assim, como nos tornaríamos os profissionais deste país em pouco anos? Derrubamos a ditadura militar, derrubamos Fernando Collor, e agora vamos derrubar o descaso com a educação e a ditadura do novo ENEM! Não somos palhaços, somos cidadãos, e merecemos respeito! Mercemos ser ouvidos e consultados quando o assunto é o nosso futuro!





Parabéns a todos que participaram e deram apoio, e também àqueles que não puderam estar lá pois estavam trabalhando! Parabéns aos organizadores do movimentos, estudantes como eu e como você, que também foram vítimas dessa palhaçada!

Muito Obrigada Amigos!

Carla da Cruz Teixeira

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Carta Manifesto - ENEM 2010 - Por Guilherme Lannig


Frente aos problemas apresentados na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), realizado nos dias 6 e 7 de novembro, venho através desta carta expressar um manifesto exaltando os valores democráticos, igualitários, éticos e preservando esse instrumento de isonomia que é o concurso ora em pauta.
Infelizmente, não vejo alternativas para a manutenção do ENEM para o presente ano de 2010. A prova deve ser cancelada, não remarcada como sugerem os institutos de defesa e de aplicação do exame. A simples anulação acarreta uma série de questões em que estariam ferindo o princípio de igualdade e isonomia entre os participantes do ENEM, uma vez que todos acabamos prejudicados durante a aplicação da prova, seja de maneira direta ou de maneira indireta. A marcação errônea na grade de respostas pela inversão dos subtítulos (erro reconhecido pela gráfica responsável em âmbito nacional) prejudicou boa parte dos candidatos pelo despreparo de alguns fiscais não informados a tempo de passarem as devidas informações. O erro nas questões impressas em alguns cadernos de questões da cor amarela também prejudicou outra parcela dos concorrentes, alijando-os de um tempo – escasso pelo volume de testes a serem respondidos – na troca dos exames por outros sem os referidos problemas.
Porém, não apenas esses estudantes foram cerceados do direito de realizarem um concurso idôneo e com uma proposta tão nobre como o ENEM. As constantes divulgações de polêmicas como o vazamento do tema da proposta de redação meia hora após o início do exame no domingo (7) colocou em xeque a utilização de aparelhos telefônicos durante a realização do concurso, o que, evidentemente, causa um prejuízo a todos os concorrentes porque configura uma violação das regras estabelecidas em edital. Outros relatos apontam para a utilização de lápis, relógios e outros instrumentos proibidos, bem como fatos em que os candidatos utilizaram até 1 hora a mais de tempo para resolver a prova, entre outros fatos isolados que ocorreram em todo o território nacional que configura um total prejuízo direto a todos os participantes do ENEM 2010.
Sugere-se a anulação da prova e remarcação da mesma para nova data a ser divulgada. Ora, tal medida configura novo prejuízo aos participantes que, individualmente e por méritos próprios, conseguiram obter um bom desempenho na avaliação. Não há garantias e proteção metodológica que assegure um mesmo desempenho satisfatório em duas provas distintas. Mesmo a utilização da nota maior entre os dois testes configura prejuízo para aqueles que não participaram do ENEM por motivo de atraso e que agora poderão participar. Novamente, haverá perdas e prejuízos aos maiores interessados: os candidatos a uma vaga nas diversas universidades do Brasil.
Diante de tantas controvérsias e sem a possibilidade de enxergar uma solução satisfatória, democrática e igualitária, não há outra solução senão o cancelamento total do ENEM 2010. O cancelamento e a imediata comunicação às universidades que aderiram à nota total do ENEM como critério de ingresso em seus cursos, possibilitando ainda tempo hábil para a realização de processos seletivos independentes, via concurso vestibular. A medida proposta visa, também, a uma pequena reflexão aos ministérios competentes e responsáveis pela elaboração do ENEM acerca da importância de uma reformulação administrativa, contextual, avaliativa e estruturante de tudo aquilo que é a proposta básica do Exame: a possibilidade de ingresso em universidades públicas para toda a população.
Faz-se necessário uma modificação geral e, para isso, deve-se começar desde agora para que novos problemas não continuem manchando a imagem do ENEM para as próximas edições. Espero com essa reflexão, disponibilizar uma auto-análise dos pontos negativos do concurso para uma providência eficaz e fulminante que resulte numa prova qualificada, digna de ser utilizada por todas as universidades do Brasil.
Essa reestruturação proposta não se faz rapidamente. Torna-se indispensável um momento de reflexão e a hora é agora. Nós, estudantes, não podemos ser prejudicados mais uma vez por um erro que não foi nosso. Pedimos, humildemente, que reflitam nos transtornos causados a 4,6 milhões de brasileiros. Não utilizem o nome da Justiça para cometer a maior das injustiças contra uma população que só quer estudar, aprender e ajudar a tornar o Brasil um país cada vez melhor, para nossas famílias e para toda a sociedade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ENEM - Vergonha Nacional - PROTESTE

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio nasceu em 1998 com o objetivo de avaliar o nível da educação nacional de ensimo médio. Ao longo dos anos sofreu diversas modificações, até 2008 sua nota era considerada para que o aluno de ensino público tivesse acesso a bolsas de estudos em universidades privadas.
No entanto em 2009, de forma arbitrária e contraditória, foi transformado em vestibular nacional, sendo único meio de ingresso de diversas universidades federais. Adotado depois do começo do ano letivo em todo o país, apresentou uma série de problemas em sua logistica e formulação, e este ano, os erros foram ainda mais visíveis e catastróficos.

Cronologia de falhas
Out. 2009 - Denúncia da compra das provas do ENEM na sexta-feira anterior ao exame. Gera caos e revolta em escolas e universidades. Datas de diversos vestibulares tiveram de ser alterados devido a nova data de aplicação do exame. A Nova prova ocorreu em dezembro, atrasando o resultado final de todas as universidades que usaram de alguma forma o ENEM em seu processo seletivo.
Fev. 2010 - SISU - Sistema de Seleção Unificada - O site congestionou pelo número de acessos e diversos estudantes não conseguiram fazer suas inscrições.
Ago. 2010 - MEC encontra problemas para imprimir as provas por questões de segurança e abre nova licitação.
Out. 2010 - Proibição do uso de lápis e borracha, e de portar garrafas com água gera polêmica entre alunos e educadores.
Nov. 2010 - No primeiro dia de prova, cabeçalhos trocados no cartão-resposta geram confusão. Em alguns locais, candidatos receberam instruções de passar corretivo no cartão. Provas de cor amarela com partes da prova de cor branca, folhas faltando e questões repetidas. Em alguns locais as provas foram trocadas, em outros, a troca foi recusada pelos fiscais. Pessoas portando telefones celulares nos locais de prova, enviam e recebem mensagens e ligações durante as provas. O tema da redação é "Twitado" antes do começo da prova. Questões polêmicas e enunciados duvidosos ou com erros.
Será que um sistema tão repleto de erros tem condições de avaliar a educação do país?

PENSE, REPENSE E PROTESTE!

Não deixem que tratem você como palhaço! Poder estudantil, vamos mudar isso!


ORGANIZAÇÃO DE PROTESTOS EM NÍVEL NACIONAL DIA 12/11/2010
Mobilizações e organização nos sites de relacionamento ORKUT e TWITTER.