sábado, 13 de novembro de 2010

Enem - Inclusão pra quem?

Um dos principais motivos de se defender a continuidade do ENEM como concurso vestibular a nível nacional, é dizer que ele é uma política de inclusão. Mas os fatos mostram que isso é uma grande mentira. Exemplo disso, é que em 2010, cerca de 85% dos aprovados em MEDICINA na UFCSPA, são provenientes do estado de SÃO PAULO. Apenas três estudantes de uma turma de 80 alunos são gaúchos, todos da capital.

Mas por que isso? A USP, como vestibular mais concorrido, e de maior dificuldade no Brasil, tem como aprovados, os estudantes mais preparados, que estudaram por mais tempo, nos melhores colégios e cursinhos do estado. O nível elevado da educação paulista, reflete imediatamente no índice de aprovação de seus alunos, não só no RS, mas em vários outros estados.
Já ouvi argumentos absurdos sobre ser contra o Enem, um deles diz que são os professores de cursinhos pré-vestibulares e escolas particulares que não querem o ENEM. Outra mentira deslavada, para invalidar a revolta estudantil. Com o Enem existindo ou não, continuará existindo cursinhos, pois aqueles que têm a melhor educação tiram as melhores notas, e assim conseguem as vagas. Os cursinhos apenas mudarão o foco, que passará a ser a prova do Enem. Estudantes de escolas públicas, com o péssimo ensino ao qual estão expostos, jamais alcançarão as vagas nas universidades, seja pelo Enem, seja pelo vestibular convencional.
Tentar colocar semi-analfabetos nas universidades, não é a solução para a educação nacional. Com isso, só conseguirão diminuir o nível das universidades, e consequentemente dos futuros profissionais. Como alguém, que não consegue efetuar cálculos de trigonometria se tornará engenheiro? Como alguém que não sabe a diferença entre vírus e bactérias se tornará medico? E para que estes entrem nas universidades, o Enem também não serve, a não ser que a nota da prova seja inversamente proporcional ao nível de escolaridade e renda. Talvez, o único momento em que o ENEM serviu como política de inclusão foi quando sua nota era usada apenas para o prouni, quando apenas alunos de universidades públicas conseguiam as bolsas de estudos em entidades privadas, sendo vítimas também de fraudes, pois estudar em colégio público não necessariamente refere baixa renda, como verificado há três anos, quando o MEC recebeu denúncias de bolsistas do prouni chegando às universidades dirigindo carros importados.
Não adianta fazer "puxadinhos" na educação e tentar remendar um ensino ruim começando pelo ensino superior. O que o Brasil precisa, é de reformas educacionais de base, valorização dos professores e incentivo para que eles continuem se especializando e buscando crescer como educadores; melhorar a infra-estrutura das escolas; diminuir a evasão escolar e garantir que quando este aluno sair do ensino fundamental, ele terá total entendimentos dos textos que ler que saiba efetuar cálculos matemáticos de razoáveis dificuldades, e outras habilidades imprescindíveis para ingressar no ensino médio e futuramente nas universidades. Definitivamente, saber movimentos do vôlei, qualidades físicas de uma bailarina, e receita de feijão tropeiro, não tornará alguém um melhor profissional.

Conclusão: no ENEM, nada de inclusão!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A massa estudantil não ficou calada!!!

12 de novembro de 2010. Araújo Vianna - Porto Alegre. Por volta dás 13:00h eram menos de 200 estudantes mobilizados para o protesto organizado em menos de 5 dias. Em menos de uma hora, a polícia militar ja contabilizava cerca de 2,5 mil estudantes vestidos de preto e usando nariz de palhaço. Com a ajuda da Brigada e da EPTC, a passeata passou pelas ruas Osvaldo Aranha, Anita Garibaldi, Indepêndencia, Andradas, chegando à Esquina Democratica. Entoando frases de ordem como: "Estudante não é palhaço!" os estudantes protestavam contra a desorganização no ENEM, o desrespeito e o descaso com a educação nacional. 
Documentado e registrado pela imprensa, é mais um movimento estudantil somado a tantos outros espalhados pelos Brasil, causados pelos erros catastróficos do ENEM nos dias 6 e 7 de novembro.

Apesar de alguns partidários da teoria da conspiração, que acusam os estudantes de serem fantoches de cursinhos pré-vestibular, o movimento foi NOSSO! 

Nós, que estudamos dia e noite, que nos preparamos por uma ano ou mais, que enfrentamos uma prova com duração de 5h, e nem pudemos usar lápis e borracha para realizar cálculos e fazer o rascunho da redação. 

Acham que os estudantes brasileiros não podem ter organização e disciplina? Caso fosse assim, como nos tornaríamos os profissionais deste país em pouco anos? Derrubamos a ditadura militar, derrubamos Fernando Collor, e agora vamos derrubar o descaso com a educação e a ditadura do novo ENEM! Não somos palhaços, somos cidadãos, e merecemos respeito! Mercemos ser ouvidos e consultados quando o assunto é o nosso futuro!





Parabéns a todos que participaram e deram apoio, e também àqueles que não puderam estar lá pois estavam trabalhando! Parabéns aos organizadores do movimentos, estudantes como eu e como você, que também foram vítimas dessa palhaçada!

Muito Obrigada Amigos!

Carla da Cruz Teixeira

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Carta Manifesto - ENEM 2010 - Por Guilherme Lannig


Frente aos problemas apresentados na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), realizado nos dias 6 e 7 de novembro, venho através desta carta expressar um manifesto exaltando os valores democráticos, igualitários, éticos e preservando esse instrumento de isonomia que é o concurso ora em pauta.
Infelizmente, não vejo alternativas para a manutenção do ENEM para o presente ano de 2010. A prova deve ser cancelada, não remarcada como sugerem os institutos de defesa e de aplicação do exame. A simples anulação acarreta uma série de questões em que estariam ferindo o princípio de igualdade e isonomia entre os participantes do ENEM, uma vez que todos acabamos prejudicados durante a aplicação da prova, seja de maneira direta ou de maneira indireta. A marcação errônea na grade de respostas pela inversão dos subtítulos (erro reconhecido pela gráfica responsável em âmbito nacional) prejudicou boa parte dos candidatos pelo despreparo de alguns fiscais não informados a tempo de passarem as devidas informações. O erro nas questões impressas em alguns cadernos de questões da cor amarela também prejudicou outra parcela dos concorrentes, alijando-os de um tempo – escasso pelo volume de testes a serem respondidos – na troca dos exames por outros sem os referidos problemas.
Porém, não apenas esses estudantes foram cerceados do direito de realizarem um concurso idôneo e com uma proposta tão nobre como o ENEM. As constantes divulgações de polêmicas como o vazamento do tema da proposta de redação meia hora após o início do exame no domingo (7) colocou em xeque a utilização de aparelhos telefônicos durante a realização do concurso, o que, evidentemente, causa um prejuízo a todos os concorrentes porque configura uma violação das regras estabelecidas em edital. Outros relatos apontam para a utilização de lápis, relógios e outros instrumentos proibidos, bem como fatos em que os candidatos utilizaram até 1 hora a mais de tempo para resolver a prova, entre outros fatos isolados que ocorreram em todo o território nacional que configura um total prejuízo direto a todos os participantes do ENEM 2010.
Sugere-se a anulação da prova e remarcação da mesma para nova data a ser divulgada. Ora, tal medida configura novo prejuízo aos participantes que, individualmente e por méritos próprios, conseguiram obter um bom desempenho na avaliação. Não há garantias e proteção metodológica que assegure um mesmo desempenho satisfatório em duas provas distintas. Mesmo a utilização da nota maior entre os dois testes configura prejuízo para aqueles que não participaram do ENEM por motivo de atraso e que agora poderão participar. Novamente, haverá perdas e prejuízos aos maiores interessados: os candidatos a uma vaga nas diversas universidades do Brasil.
Diante de tantas controvérsias e sem a possibilidade de enxergar uma solução satisfatória, democrática e igualitária, não há outra solução senão o cancelamento total do ENEM 2010. O cancelamento e a imediata comunicação às universidades que aderiram à nota total do ENEM como critério de ingresso em seus cursos, possibilitando ainda tempo hábil para a realização de processos seletivos independentes, via concurso vestibular. A medida proposta visa, também, a uma pequena reflexão aos ministérios competentes e responsáveis pela elaboração do ENEM acerca da importância de uma reformulação administrativa, contextual, avaliativa e estruturante de tudo aquilo que é a proposta básica do Exame: a possibilidade de ingresso em universidades públicas para toda a população.
Faz-se necessário uma modificação geral e, para isso, deve-se começar desde agora para que novos problemas não continuem manchando a imagem do ENEM para as próximas edições. Espero com essa reflexão, disponibilizar uma auto-análise dos pontos negativos do concurso para uma providência eficaz e fulminante que resulte numa prova qualificada, digna de ser utilizada por todas as universidades do Brasil.
Essa reestruturação proposta não se faz rapidamente. Torna-se indispensável um momento de reflexão e a hora é agora. Nós, estudantes, não podemos ser prejudicados mais uma vez por um erro que não foi nosso. Pedimos, humildemente, que reflitam nos transtornos causados a 4,6 milhões de brasileiros. Não utilizem o nome da Justiça para cometer a maior das injustiças contra uma população que só quer estudar, aprender e ajudar a tornar o Brasil um país cada vez melhor, para nossas famílias e para toda a sociedade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ENEM - Vergonha Nacional - PROTESTE

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio nasceu em 1998 com o objetivo de avaliar o nível da educação nacional de ensimo médio. Ao longo dos anos sofreu diversas modificações, até 2008 sua nota era considerada para que o aluno de ensino público tivesse acesso a bolsas de estudos em universidades privadas.
No entanto em 2009, de forma arbitrária e contraditória, foi transformado em vestibular nacional, sendo único meio de ingresso de diversas universidades federais. Adotado depois do começo do ano letivo em todo o país, apresentou uma série de problemas em sua logistica e formulação, e este ano, os erros foram ainda mais visíveis e catastróficos.

Cronologia de falhas
Out. 2009 - Denúncia da compra das provas do ENEM na sexta-feira anterior ao exame. Gera caos e revolta em escolas e universidades. Datas de diversos vestibulares tiveram de ser alterados devido a nova data de aplicação do exame. A Nova prova ocorreu em dezembro, atrasando o resultado final de todas as universidades que usaram de alguma forma o ENEM em seu processo seletivo.
Fev. 2010 - SISU - Sistema de Seleção Unificada - O site congestionou pelo número de acessos e diversos estudantes não conseguiram fazer suas inscrições.
Ago. 2010 - MEC encontra problemas para imprimir as provas por questões de segurança e abre nova licitação.
Out. 2010 - Proibição do uso de lápis e borracha, e de portar garrafas com água gera polêmica entre alunos e educadores.
Nov. 2010 - No primeiro dia de prova, cabeçalhos trocados no cartão-resposta geram confusão. Em alguns locais, candidatos receberam instruções de passar corretivo no cartão. Provas de cor amarela com partes da prova de cor branca, folhas faltando e questões repetidas. Em alguns locais as provas foram trocadas, em outros, a troca foi recusada pelos fiscais. Pessoas portando telefones celulares nos locais de prova, enviam e recebem mensagens e ligações durante as provas. O tema da redação é "Twitado" antes do começo da prova. Questões polêmicas e enunciados duvidosos ou com erros.
Será que um sistema tão repleto de erros tem condições de avaliar a educação do país?

PENSE, REPENSE E PROTESTE!

Não deixem que tratem você como palhaço! Poder estudantil, vamos mudar isso!


ORGANIZAÇÃO DE PROTESTOS EM NÍVEL NACIONAL DIA 12/11/2010
Mobilizações e organização nos sites de relacionamento ORKUT e TWITTER.